terça-feira, 23 de junho de 2015

Liberte-se desta gaiola!


Seja lá quem você for, espero que leia esta carta com o mesmo gosto que tive em escrevê-la. Mas se quiser parar por aqui, tudo bem. Ninguém é obrigado a nada no mundo. Aprendi isso da pior forma possível. Mas quem diria, né? Mesmo depois de tanto tempo, voltei a dar risada das coisas mais sem graça do mundo, mas que sempre fizeram um pouco parte de mim. Ainda não estou 100% curada desse medo de quebrar a cara, porém passei a me divertir enquanto tentava algum rumo na vida. Encontrei um lugarzinho que é só meu. Também passei a habitar corações, e vi o quão idiota eu fui de ter esquecido o melhor lado da vida. São poucas as coisas (e pessoas) que conseguem me fazer sorrir em dias onde tudo o que eu queria era não ter levantado da cama. Mas fazer o quê? Paciência.
É engraçado como as coisas começam. PÁ, conheci você. Também é engraçado a minha forma de piorar as coisas. Eu tenho a mania de mexer no que já está quieto, sabe? Tirar a casquinha da ferida. Em dias ruins, luto contra a ideia de que estou definitivamente... Desanimada? Pronto. Pego a minha playlist de música triste e foi-se o dia que era pra ter começado bem.
Depois de um tempo, percebi que eu me deixava levar muito pelas situações que aconteciam no meu dia a dia. Era uma faísca de preocupação, decepção ou medo para que tudo a minha volta começasse a ficar sem graça em questão de segundos. O resultado de uma prova difícil. Aquele alguém que simplesmente parou de te responder por imediato. O cabelo que não quer ajeitar. A amiga que deu uma emagrecida e que te fez botar a mão na consciência sobre o seu peso. Aquela peça de roupa comprada pela internet e que não chega nunca. Poderia citar X motivos e dizer o quão pequenos e, muitas vezes, até fúteis são.
A nossa mente tem um poder enorme sobre o que estamos vivendo, sentindo e desfrutando. Mas é cruel também, viu? Em quase todos os casos, faz com que tenhamos certa tendência à frustração. O famoso “sentimento ruim” ou “vazio”, que é rápido pra chegar e bem lentinho pra sair. E aí nos entregamos a isso como se nada mais importasse. Parece tão mais simples, não é? Quanta bobagem! Demorei certo tempo pra me dar conta de que o mundo não para de girar só porque as coisas não estão bem do jeito que eu esperava. E pensar assim o tempo todo é egoísta. Ás vezes, estamos tão preocupados em dar a volta por cima, que acabamos nos esquecendo de que muitas das pessoas deste mundo têm as mesmas inseguranças que nós. E não é preciso ir até muito longe para observar isso. A vida das pessoas não é tão fantástica quanto observamos e cremos por aí. No fundo, (quase) todo mundo chora ao terminar um relacionamento, fica ofendido quando finge que “levou na brincadeira” e jura de pé junto que não se importa com aquilo que mais transborda dentro de si. Saudade. Inveja. Amor. Raiva. Ansiedade. Medo. Tristeza. Ambos sentimentos, quando trancados dentro de nós, faz com que tenhamos esse certo receio de coloca-los para fora. O fato é que cada pessoa é diferente na maneira com que lida com esse turbilhão de emoções e a forma com que as externa. Pode ser... Sei lá, uma música. Um abraço. Um esporte. Ou no meu caso, um texto. Acredito que isso tenha muito a ver com as experiências adquiridas ao longo do tempo ou como fomos criados, etc. Cada um tem seu tempo, sua história. E não concordo com a ideia de ficarmos julgando determinada pessoa só porque ela viveu coisas diferentes das nossas. Aí vai um recadinho pra quem, em um dia que poderia ser tão bem aproveitado, decide tirar o precioso tempo da sua vidinha e fazer um comentário maldoso e nada discreto sobre alguém: ninguém é perfeito, viu? Somos o que somos porque botamos pra fora aquilo que grita dentro de nós. Deu pra entender agora?
Liberte-se desta gaiola. Você não precisa se esconder e cobrar muito, tanto de você, quanto das pessoas ao seu redor. Seja leve. Acredite: é bem melhor.