É só respirar fundo, ouvir o interior e fazer novos planos.
O meu primeiro
blog foi aos 11 anos. Lembro que postava imagens de temas diversos (sério. Ia
de comida até uma foto de Paris, e claro, com uma torre Eiffel bem atrás) e
escrevia frases relacionadas á elas. Depois vieram outros. Alguns iniciados e
interrompidos no meio, outros que duraram mais de um ano. E hoje, na
curiosidade de relembrar o que se passava na minha - ingênua e motivada –
cabecinha, revirei o que naquele tempo eu considerava como
fonte-desabafo-onde-eu-posso-ser-sentimental-sem-me-julgarem. E me deparei com
um texto, escrito por euzinha aqui, no auge dos meus 12 anos. O texto falava
sobre mudanças. E nele eu falava o quanto (sei lá eu o que entendia sobre isso)
estava em uma nova versão de mim. De como eu me sentia usando o meu Oxford
vermelho – que, procurando bem, ainda deve estar no meu armário. Era uma fase
boa. Sem muitas preocupações, tirando as que eu inventava por puro drama. É
engraçado olhar pra aquilo tudo e pensar que fui eu quem, em uma noite
qualquer, resolveu brincar de sentimento via Word em branco no computador. Afinal,
que diabos me fez receber aquele “click” de emoções que eu mal sabia
administrar direito, abaixar a cabeça e rascunhá-las por ali? A fada madrinha,
quem sabe. Ou Deus. Ou o destino. Só sei que agradeço eternamente a este Ser que
me fez externar em forma de palavras o que de mais confuso eu tinha aqui
dentro: meu interior. Já me senti muito perdida nessa vida, viu? De não me
encaixar a certos padrões, seguir determinado pensamento ou simplesmente agir
conforme o que outra pessoa esperava de mim. E obviamente já fiz o contrário.
Tudo bem.
É claro que os
meus pensamentos mudaram daquele tempo pra cá. E junto a eles, inevitavelmente
sentimentos, ações e o meu círculo de amigos também. Mais do que normal, né?
Ruim seria ter que viver monotonamente do mesmo jeito, limitado a ser alguém
que, mesmo não se dando conta no primeiro momento, não tem mais nada a ver com
você. Os gostos mudam. E os anos passam. E se afastar de antigas coisas (ou
pessoas) é natural de quem apenas deu-se a permissão de experimentar o novo.
Tem sensação melhor do que sentir-se renovado? Certamente. Aí cabe o ponto de
vista de cada um. Viu só, cada pessoa é diferente na maneira com que lida com
determinada situação ou a maneira com que expõe suas ideias a partir do que lhe
é contado, questionado ou descoberto. Diferenças não precisam ser um problema.
São soluções.
Aos poucos e
ao longo desses 4 anos, fui conhecendo mais de mim e do meu jeito de pensar e
refletir sobre diversas situações – desde o fim até o início de um novo ciclo.
Mudei de sapato, de cabelo e de vida. Mas não de coração. O que me fez um tanto
mais decidida, e talvez mais forte, foram as escolhas que tomei e suas
consequências – positiva ou negativamente.
Por isso,
jogue fora aquele rótulo que te prende todos os dias e não se assuste se acordar
no outro dia sendo/pensando/agindo/sentindo/sonhando/valorizando algo
totalmente diferente.
-18/08/2015, 142º dia deste blog.